domingo, 20 de junho de 2010

A Cruz e a Espada - Paulo Ricardo & Renato Russo

Havia um tempo
Em que eu vivia
Um sentimento quase infantil
Havia o medo e a timidez
Tô do lado que você nunca viu

E agora eu vejo
Aquele beijo
Era mesmo o fim
Era o começo
E o meu desejo
Se perdeu de mim...

E agora eu ando
Correndo tanto
Procurando aquele novo lugar
Aquela festa
O que me resta
Encontrar alguém legal pra ficar

E agora eu vejo
Aquele beijo
Era mesmo o fim
Era o começo
E o meu desejo
Se perdeu de mim (2x)

E agora é tarde
Acordo tarde
Do meu lado alguém que eu nem conhecia
Outra criança
Adulterada
Pelos anos que a pintura escondia

E agora eu vejo
Aquele beijo
Era mesmo o fim
Era o começo
Do meu desejo
Se perdeu de mim (2x)

Esta música pertence ao primero álbum da banda RPM, e contou com a participação do saudoso Renato Russo. Nesta letra, é notável o sentimento de nostalgia do eu-lírico em relação a sentimentos considerados tolos por muita gente. Mas, cá entre nós, as sensações de insegurança, aquele "friozinho" na barriga, e a timidez moderada não são bons de serem apreciados? Ou vai me afirmar que, quando se depara com aquela pessoa, não sente isso e não fica completamente sem graça? Eu, pelo, menos, gosto de senti-los, por serem diferentes, e mais puros (quase infantis, como a música fala).

Geralmente, eles são raros de serem sentidos, e as pessoas não os valorizam corretamente. Focam-se tanto no romantismo [que na verdade é um dramatismo] e em bens materiais, que isso acabou se transformando em uma perfeita artificialidade. Ou seja, isso significa que a pureza de certos sentimentos foram banalizados, e não está sendo aflorado naturalmente no indivíduo, porque se tornou um capricho.

A beleza destes sentimentos está na simplicidade, na pureza, e, sobretudo, no altruísmo presente neles. E é lamentável a forma como as principais essências humanas estão se perdendo.


Um comentário:

  1. A música realmente é muito boa... Paulo Ricardo é uma das minhas maiores inspirações como compositor e letrista. A música tem o seu "quê" desse sentimentalisto que é difícil de explicar, mas é exatamente o que o mundo precisa hoje em dia.

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